A ONU proclamou 2011 como o Ano Internacional da Química, assim correspondendo a uma iniciativa da União Internacional da Química Pura e Aplicada (IUPAC), acolhida pela UNESCO, que deseja assinalar o centenário da atribuição do Prémio Nobel da Química a Marie Curie.
Figura ímpar na história universal da Ciência, a polaca Marja Sklodowska (1867-1934), que viria a naturalizar-se francesa, foi pioneira no campo da radioatividade e a primeira investigadora galardoada com dois “Nobel” - de Física (1903) e Química (1911) –, além de ter sido a primeira mulher professora na Universidade de Paris.
A pretexto de homenagear cientista tão brilhante, o Ano Internacional evidenciará as contribuições essenciais da Química nos domínios do conhecimento, da saúde, da alimentação, da proteção do ambiente, da exploração das fontes de energias renováveis e do desenvolvimento econômico.
Com este objetivo global, as comemorações visam aumentar a compreensão da Química pelo grande público, tendo em consideração os desafios que o desenvolvimento sustentável representa; encorajar o interesse dos jovens pela Ciência; e celebrar a contribuição das mulheres no campo da Ciência.
O programa, inaugurado em Paris (Unesco) em 27 de Janeiro, terá a sua cerimônia de encerramento a 1 de Dezembro, Bruxelas.”
Marie Curie, uma mulher a frente do seu tempo.
"Nada na vida deve ser temido, somente compreendido. Agora é hora de compreender mais para temer menos". Marie Curie
Marie Curie foi a primeira pesquisadora a receber dois prêmios Nobel.Em 1903, com seu marido Pierre Curie, recebeu o premio Nobel da física. Em 1911, ganhou o premio Nobel da Química. Com a colaboração de seu marido Pierre Curie, ela "inventou" a radioatividade e descobriu novos elementos radioativos_ o tório, o polônio e o rádio.Foi apenas a partir do seu trabalho que surgiu um enorme interesse pelos fenômenos radioativos e que essa área começou a ser desenvolvida de fato
Além de cientista espetacular, Marie também foi mulher a frente do seu tempo. Nascida em Varsóvia, na Polônia, mudou-se pra França em 1891 e casou-se com Pierre.Na cerimônia dispensaram a aliança e o vestido de noiva pelas bicicletas para passear pelas ruas de Paris.
Em 1905, Marie deu à luz a sua segunda filha, Eve. Mas, em abril do ano seguinte, aconteceu uma tragédia. Pierre caiu diante de uma carroça de seis toneladas puxada por cavalos e foi atingido na cabeça pela roda traseira, morrendo na hora. Marie Curie ficou destruída. Mas ela se reergueria alguns meses depois. Foi indicada para substituir o marido na cátedra de física na Sorbonne – ela foi a primeira mulher a dar aula na Sorbonne em 600 anos de história da instituição.
Após a morte do marido,Marie acabou por se envolver com o físico Paul Langevin, ex-aluno de Pierre. Paul era casado e eles se tornaram amantes. O caso foi descoberto e virou um escândalo na imprensa popular. Logo após o escândalo, ela teve um colapso, que sinalizava provavelmente os primeiros sinais dos efeitos de anos trabalhando com substâncias radioativas. Mesmo assim, durante a Primeira Guerra Mundial, ela comandou uma frota de ambulâncias, desenvolveu uma máquina portátil de raios X e, com a ajuda da filha Irene, deu aulas de radiologia para os médicos militares. Após a guerra inaugurou o Instituto do Rádio em Paris, onde se desenvolveram, entre outras, pesquisas para o uso do rádio em tratamentos contra o câncer, a chamada radioterapia. Em 1932, Marie Curie era mundialmente conhecida, mas anos lidando com radiação cobrariam seu preço. Ela estava com leucemia. Em 4 de julho de 1934, aos 66 anos de idade, ela faleceu. Um ano depois sua filha Irene, cientista de renome, e seu marido Frédéric Joliot, um dos assistentes da mãe, receberam o Prêmio Nobel de Física pela descoberta da radioatividade artificial.
Além de uma brilhante cientista, Marie conseguiu também ser uma excelente mãe ao criar com muito amor suas duas filhas. Uma delas ao seguir os passos da mãe também acabou vencedora de um Prêmio Nobel.
Fonte: Curie e a Radioatividade. Parker, Steve.